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Uso de cores diferentes pode tornar informações importantes mais distinguíveis

Por O Tempo


Realizado nos dias 5 e 12 de novembro, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) terá provas coloridas pela primeira vez em seus 25 anos de história. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), a iniciativa tem o objetivo de elevar o nível de inclusão e acessibilidade, especialmente para pessoas com baixa visão ou daltonismo.

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Arthur Tomaz acredita que mudança será benéfica — Foto: Inep / MEC / Divulgação

A ideia é que as cores permitam uma melhora na legibilidade de textos e imagens. “A prova colorida pode aprimorar a compreensão e leitura para pessoas com deficiência visual ou baixa visão de diversas maneiras. Em primeiro lugar, o uso de cores diferentes pode tornar informações importantes mais distinguíveis”, explicou a coordenadora-geral de Exames e Instrumentos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Fernanda Cristina dos Santos Campos.

De acordo com a especialista, as provas terão adaptações para pessoas com daltonismo (distúrbio da visão que interfere na percepção das cores). Pedagogicamente, os itens não exigirão que daltônicos reconheçam determinadas cores. Ou seja, a probabilidade de acertar ou errar não terá qualquer relação com o fato de as provas serem coloridas.

Arthur Tomaz, de 17 anos, será uma das pessoas que poderão se sentir beneficiadas pela mudança. Tendo um grau leve de daltonismo, ele acredita que esse formato do Enem tende a ajudar, no que diz respeito à visualização. “Em provas que fiz na escola, eu tinha um problema para entender algumas coisas. O preto se misturava com o cinza, um pouco com branco e ficava difícil”, contou.




 
 
 

Por que gente com deficiência aceita ser identificada por uma sigla?


Luiz Alexandre Souza Ventura, para o Nós/Terra

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É um posicionamento firme. Não sou o mero resumo das minhas condições físicas e, sendo assim, jamais vou usar essa sigla horrorosa, 'PCD', para identificar pessoas com deficiência.


A questão é a evolução do conhecimento sobre nossas temáticas e de que maneira precisamos, ainda, impor nossa presença em debates e eventos, mesmo quando a pauta é a diversidade e a conversa seria a respeito da inclusão.


Não há inclusão genuína e real diversidade quando a pessoa com deficiência não faz parte, e temos sido constantemente ignorados em discussões, encontros, fóruns, seminários e qualquer outra atividade supostamente diversa e inclusiva.


A transversalidade dos temas é um fato e a pessoa com deficiência está em todos os grupos, mas invisível. Faça uma varredura nos eventos somente deste ano e comprove esse cenário. Mesmo nas ações oficiais do poder público, em todas as esferas, não temos protagonismo, exceto quando o assunto central da iniciativa é a população com deficiência, o que repete uma dinâmica antiga de falarmos somente entre nós e nunca quebramos a redoma que nos esconde.


A identificação 'PCD' se impregnou, não é uma criação nossa, ao contrário, foi carimbada em nossas testas pelo universo corporativo, mas aceita sem reação ou uma mínima reflexão sobre suas implicações e o retrocesso que representa. É, na minha avaliação, o resultado de uma autoestima enfraquecida e de uma enorme necessidade de ser aceito, mesmo que para isso seja preciso engolir a própria identidade.

É urgente dar muito mais visibilidade à pessoa com deficiência, mas absolutamente sem o viés capacitista, estigmatizador e estereotipado do 'PCD', sigla que perpetua uma construção abominável, ratifica a derrota silenciosa de nossas conquistas e, principalmente, nos transforma exatamente naquilo que outros entendem sobre nós.


'PCD' é a certeza absoluta de que jamais seremos pessoas.






 
 
 

Videoprova em Libras é um dos recursos oferecidos pelo Inep

Por Sabrina Craide - Repórter da Agência Brasil - Brasília

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Arte: Agência Brasil

O estudante Álvaro Ribeiro, de 21 anos, fez o Exame Nacional do Ensino Médio utilizando o recurso de videoprova em Libras, a Língua Brasileira de Sinais, em 2018 e em 2019. A primeira vez foi só para conhecer a prova, e, na segunda, ele conseguiu a pontuação suficiente para ingressar no curso de Gestão Pública do Instituto Federal de Brasília (IFB), na capital federal.


Apesar de entender bem a Língua Portuguesa, o aluno, que tem deficiência auditiva e paralisia cerebral, sente dificuldade para compreender algumas palavras e expressões. Para ele, a oportunidade de fazer a prova em Libras, que domina, foi fundamental para ingressar no ensino superior.


“Para mim, é complicado entender o português escrito, não são todas as palavras que entendo. Se não tivesse a videoprova, iria me prejudicar, seria uma barreira para eu entender as questões”, diz Ribeiro.


A videoprova do Enem em Libras é um recurso oferecido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) desde 2017. Nela, as questões e as opções de respostas são apresentadas na Língua Brasileira de Sinais por meio de um vídeo. Os equipamentos para gravação das provas foram cedidos pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Os editais, as cartilhas e as campanhas de comunicação do Enem também são disponibilizados em Libras.


O recurso é importante porque muitos surdos e deficientes auditivos têm a Libras como primeira língua e o português como segunda, o que dificulta o entendimento da prova no formato tradicional. Em 2023, 641 candidatos ao Enem pediram a aplicação da videoprova em Libras e 718 candidatos pediram um tradutor-intérprete em Libras. Segundo o Inep, cerca de 61,5 mil alunos da educação básica têm alguma deficiência relacionada à surdez no Brasil.


Além do recurso da Libras para os estudantes surdos, o Inep oferece outros tipos de atendimento e recursos de acessibilidade no Enem. Nesta edição, o Inep aprovou 38.101 solicitações de atendimento especializado e 70.411 pedidos de recursos de acessibilidade.


Entre os recursos mais pedidos pelos participantes estão o auxílio para leitura, com 10.721 solicitações aprovadas, a correção diferenciada, com 8.703, o auxílio para transcrição, com 7.507, e a sala de fácil acesso, com 6.449 pedidos. Entre os atendimentos especializados, as solicitações de pessoas com déficit de atenção alcançaram o maior número, com 13.686 pedidos aprovados, seguido pelo número de inscritos com baixa visão, que totalizaram 6.504.


Outros recursos de acessibilidade oferecidos são auxílio para leitura e para transcrição, leitura labial, leitura tátil e cartão-resposta ampliado.



 
 
 

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