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A um ano dos jogos paralímpicos, Paris precisa ampliar acessibilidade

A um ano do início dos Jogos Paralímpicos de Paris, que acontecem de 28 de agosto a 8 de setembro de 2024, o comitê organizador convocou a imprensa nesta segunda-feira (28) para apresentar os avanços dos preparativos. O brasileiro Andrew Parsons, presidente do Comitê Internacional Paralímpico (IPC, na sigla em inglês), estava presente.


Reportagem de Patrícia Moribe / Portal RFI


A comissão organizadora de Paris 2024 organizou uma coletiva de imprensa a respeito da Paralimpíada nesta segunda-feira (28). © Patricia Moribe

Com o Campo de Marte e a Torre Eiffel como fundo, o evento contou ainda com a presença do comitê organizador, ministros e a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, além das mascotes da Olímpiada 2024.


Sobre os principais desafios do evento, Parsons diz que eles vêm sendo trabalhados há seis anos. “Agora é o momento dos detalhes e ajuste fino”, comenta. “A gente aprende muito com os eventos, testes, a implementação de todo o planejamento operacional que foi colocado”, acrescenta. “Eu acho que esse momento final vai fazer com que o legado dos Jogos Paralímpicos seja mais do que apenas um evento esportivo”.


Para Parsons, a hora é de deixar um legado de Paris e da França como uma cidade e um país de acessibilidade.


Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Internacional, em Paris, 28/08/23. © Patricia Moribe

Pela primeira vez, a capital francesa vai acolher também os Jogos Paralímpicos. Depois da polêmica dos altos preços dos ingressos da Olimpíada, a organização resolveu colocar no mercado ingressos com preços bem mais acessíves para os esportes paralímpicos– a partir de € 15 – para as provas de equitação no Castelo de Versalhes, de atletismo no Stade de França ou de judô no Grand Palais.


As vendas de ingressos dos Jogos Paralímpicos pela internet vão começar no dia 9 de outubro. Serão disponibilizadas 2,8 milhões de entradas. Há também o passe família – dois ingressos de adultos dão direito a duas entradas infantis por € 10 cada.


As ambições do comitê organizador são grandes, como incentivar a prática esportiva para portadores de deficiência física, mudar o olhar em relação a essas pessoas e, ainda, melhorar a acessibilidade.


Cidade inacessível


A questão do transporte público é o calcanhar de Aquiles – Paris é uma cidade muito criticada pela falta de acessibilidade.


De acordo com a associação APF France Handicap, espera-se que 350 mil pessoas com deficiência participem nos Jogos em 2024. Dados da Ile-de-France Mobilités, que administra o transporte na região parisiense, mostram que apenas 9% do metrô é acessível atualmente a cadeirantes.


Estudos apontam que nas antigas linhas do metrô – algumas com mais de 100 anos – há risco de colapso caso haja reformas para ampliar corredores ou instalar elevadores. Além disso, algumas estações são classificadas como monumentos históricos, o que também impede mudanças em seus projetos.


O presidente do IPC comenta que todas as cidades anfitriãs dos Jogos Paralímpicos apresentavam desafios importantes. Em Tóquio, por exemplo, com maior acessibilidade que Paris, a questão em jogo era a percepção da população acerca das pessoas com deficiência. “Aqui, em Paris, o desafio é um sistema de metrô muito antigo”. A solução encontrada, explica Parsons, foi investir em transporte de superfície, como ônibus e pontos mais acessíveis, além de mais táxis.


Parsons garante que para os atletas “toda a experiência vai ser completamente acessível, desde as instalações de competição à vila, o transporte, alimentação, as chegadas e partidas nos aeroportos”.


Ele insiste que essa infraestrutura será um legado importante, além de ser apenas um evento esportivo, "que vai deixar marcas em Paris e na França".





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