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O curso on-line “UBS Acessível e Inclusiva” tem objetivo de capacitar médicos do Programa Médicos pelo Brasil para atenderem pessoas com deficiência


Fonte: Gabriela Cardoso/Secom UnB

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Foto: Gabriela Cardoso/Secom UnB



Curso UBS Acessível e Inclusiva é ministrado para cerca de três mil profissionais do SUS para aprimorar o atendimento a pessoas com deficiência. Em ação inédita, a Universidade de Brasília, em parceria com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), lançou o curso on-line UBS Acessível e Inclusiva para capacitação de cerca de três mil médicos bolsistas da Agência Brasileira de Apoio à Gestão do Sistema Único de Saúde (AgSUS). O objetivo é promover um acesso humanizado e de qualidade às pessoas com deficiências (PCDs) em Unidades Básicas de Saúde (UBS).

 

O lançamento do curso foi realizado em transmissão no YouTube, em 17 de fevereiro. Representando a reitora Rozana Naves, a decana de Extensão da UnB, Janaína Soares, afirmou: “É uma honra a Universidade trabalhar por uma vida mais simétrica, com mais justiça e com uma sociedade que consiga ver todos os cidadãos como pessoas com todas as suas potencialidades”.

 

A UnB trabalhou no desenvolvimento do curso por meio da ação de extensão Observatório Deficiência, vinculado ao Núcleo de Estudos em Saúde Pública (Nesp/Ceam/UnB), que estuda temáticas acerca de PCDs. 

 

De acordo com dados do Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (Sigaa), cinco discentes da UnB estão cadastrados na ação de extensão. “São pesquisadores desde o nível da iniciação científica, do ensino médio, até professores, pesquisadores e colaboradores”, afirmou Éverton Pereira (DSC/UnB), professor que lidera o observatório e coordenador do curso UBS Acessível e Inclusiva. 

 

Pereira ressaltou a relevância do curso: “A importância é sensibilizar os profissionais. Muito mais do que capacitar. Trata-se de sensibilizar, principalmente os médicos que atuam na atenção primária à saúde, a acolher as pessoas com deficiência na atenção básica”.

 

O curso UBS Acessível e Inclusiva integra o atual currículo para os médicos bolsistas da AgSUS, que fazem parte do Programa Médicos pelo Brasil, realizado pelo Governo Federal. O curso é ministrado por três professores: Éverton Pereira, da UnB; Érico Amorim, professor de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN); e Marineia Resende, professora aposentada do Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

 

COMO FUNCIONA? – Assíncrono, o curso de extensão tem carga horária de 30h. Conta com videoaulas, bibliografia complementar, exercícios e 30 tutores. As aulas começaram em 24 de fevereiro. Dividido em módulos semanais, terminará na data provável de 6 de abril.

 

O primeiro módulo se refere a conceitos básicos e legislação brasileiros para PCDs e o segundo retrata os desafios da atenção à PCD na Atenção Primária à Saúde (APS). O terceiro explica como construir um projeto de intervenção acerca da deficiência e saúde; o quatro aborda intersetorialidade, interprofissionalidade, deficiência e APS; o quinto é exercício prático no território e o sexto se trata da avaliação do projeto de intervenção realizado. 

 

Com projetos de intervenção em quase três mil UBSs, a ideia é transformar e melhorar o acesso e a qualidade do atendimento das pessoas com deficiência nessas unidades. “E também auxiliar na formação desses profissionais médicos na temática da deficiência, pois temos visto como é precária”, ressalta Pereira.

 

Além do observatório, a Federação Nacional das Apaes (associações de pais e amigos de pessoas com deficiência) auxiliou o desenvolvimento do curso com as edições dos vídeos e recursos de acessibilidade, como Língua Brasileira de Sinais (Libras) e legendas. 

 

FUTURO – A partir de retornos avaliativos dos participantes, a pretensão é aprimorar o material, produzir conhecimento científico a respeito da temática, em formato de projeto de pesquisa, e ofertar o curso novamente.

 
 
 

Nascimento do tão sonhado Matteo Lucca foi o dia em que a acessibilidade venceu na vida dos dois


Fonte: Campo Grande News (Natália Oliver)


O que para muitos é um dia especial, para o casal Matheus Santos Moreno, de 30 anos, e Stella Mares Gomes Ramos, de 28, foi ainda mais significativo. O nascimento do tão sonhado filho, Matteo Lucca, marcou o dia em que a acessibilidade venceu na vida dos dois. Surdos, eles contaram com a tradução feita por uma intérprete da língua de sinais para entender o que os médicos estavam dizendo e fazendo durante o procedimento.


O casal morava em Volta Redonda, no Rio de Janeiro, mas decidiu retornar para o estado onde Matheus nasceu para ter o bebê. Aqui, uma lei instituída em 2020 garante à gestante surda o direito a uma intérprete, tanto no pré-natal quanto no parto e no pós-parto. No entanto, esse recurso ainda é desconhecido por muitos. A responsável por tornar o momento tão simbólico foi Danielle Rezende, tradutora, professora e advogada especialista em Libras e direitos humanos.


“A minha esposa sempre quis, o sonho dela era ser mãe. Ela me deu um presente, e a luz de Deus dobrou, abençoando a família. Eu e minha esposa tivemos muitas dificuldades vivendo no Rio, não havia intérpretes de Libras na maioria dos lugares. Moramos lá por mais ou menos seis ou sete meses. Os médicos daqui da maternidade também tinham pouca acessibilidade e intérprete de Libras, porque não sabiam como se comunicar com minha esposa. Não entendíamos claramente o que eles diziam e pedimos ajuda à Danielle, que foi minha professora.”


Ele comenta que muitas vezes não há empatia por parte das pessoas ouvintes em relação às dificuldades enfrentadas pelos surdos e que sua esposa ficou imensamente feliz ao contar com a ajuda da intérprete.


“Ela faz muito bem para a gente, conheceu meu filho e, no primeiro dia, pegou ele no colo. Ficou feliz demais. Eu me senti tão feliz começando a construir minha família. Ela trouxe uma energia positiva. Estou muito feliz.”. Danielle explica que para solicitar o serviço, de maneira gratuita, é preciso entrar em contato com o setor de atendimento social dos hospitais. São eles que contatam os profissionais responsáveis por tornar momentos omo esse acessíveis aos surdos.


Danielle explica que para solicitar o serviço, de maneira gratuita, é preciso entrar em contato com o setor de atendimento social dos hospitais. São eles que contatam os profissionais responsáveis por tornar momentos como esse acessíveis aos surdos.


Matteo não é o primeiro bebê que a advogada vê nascer dessa forma, sendo a intérprete. Ela conta que tem alguns nascimentos "na conta".


“Faço o acompanhamento de algumas audiências com pessoas surdas. Realizei esse atendimento ali que pode ser jurídico porque estava ali também para fazer valer os direitos desse pai, mãe e dessa criança. A gente consegue fazer essa junção. Foi muito gratificante fazer isso para uma pessoa que eu conhecia, ver o filho dele nascer e fazer a tradução desse momento é muito gratificante”.


Ela pontua que foi professora do Matheus ainda no ensino médio e que ficou feliz com o pedido dele. A lei é razoavelmente nova, por isso muitos surdos ainda não sabem que existe essa possibilidade.


“Vejo uma obrigação fazer acontecer os direitos da comunidade, que por diversas vezes eles nem conhecem os próprios direitos. Em toda minha trajetória de tradutora, a gente vê diversos momentos em que os direitos deles são desrespeitados. Como uma tentativa de minimizar isso, decidi advogar pela comunidade, para diminuir essas barreiras linguísticas”.


Danielle se formou em 2013 e se especializou em língua de sinais. Dez anos depois, se formou novamente em direito. A junção dos dois foi um misto de oportunidades de falar pelos que “não tem voz”.


“Muitos falam que o surdo tem que saber escrever e conversar de forma escrita e isso é muito desumano, de que a pessoa surda precisa saber escrever perfeitamente. A gente tem que entender que a nossa língua materna é a portuguesa, mas a de pessoas surdas é a língua de sinais. Então, se eu quero ter meus direitos atendidos na minha língua, por que eu vou tirar o direito da pessoa surda? É um momento que ela quer entender o que está acontecendo, que medicamento vai ser usado, quais ações vão acontecer, como vai cuidar do bebê”.


Ela ressalta que Stella é mãe de primeira viagem e toda orientação foi necessária e bem-vinda, como os cuidados com o bebê recém-nascido.

 
 
 

De norte a sul, cidades brasileiras investem em infraestrutura com rampas, audioguias, cadeiras anfíbias e atendimento especializado, garantindo experiências inclusivas para pessoas com deficiência.


Fonte: Governo Brasileiro (Cacau Bispo)


Foto: Pexels
Foto: Pexels

Com infraestrutura adaptada e experiências inclusivas, o Brasil dá passos importantes para tornar o turismo acessível a todos os visitantes. De praias com cadeiras anfíbias no Nordeste a museus com audiodescrição no Centro-Oeste, iniciativas espalhadas pelo país mostram que inclusão e acessibilidade estão no centro do desenvolvimento turístico nacional.


O Mapeamento de Atrativos, Empreendimentos, Produtos e Serviços de Turismo Acessível do Ministério do Turismo, que traz informações como "O que é o Turismo Acessível", "Critérios de Caracterização da Acessibilidade", além de orientações gerais e específicas, ressalta o quanto é essencial garantir que a acessibilidade esteja presente em todas as etapas da experiência turística: desde a busca por informações e reservas até a experiência no destino. Adaptações como rampas, banheiros acessíveis, sinalização em braile, audioguias e atendimento treinado são fundamentais para atender ao conceito de turismo para todos. O mapeamento completo, pode ser acessado AQUI.


Com o Programa Turismo Acessível, o Ministério do Turismo tem trabalhando para reforçar a importância da acessibilidade como um direito e uma oportunidade de desenvolvimento econômico e inclusão social, como destaca a Coordenadora de Turismo Responsável do Ministério do Turismo, Laís Campelo.

"Investir em turismo acessível não é apenas uma questão de inclusão, mas também de transformar destinos em espaços democráticos e acolhedores para todos. Além disso, é uma oportunidade de desenvolvimento econômico e social, ao atrair mais visitantes e gerar impacto positivo nas comunidades locais”, afirma.


O turismo acessível no Brasil está em crescimento, mostrando como a inclusão pode transformar a experiência turística. Em todas as regiões do país, exemplos de boas práticas são um convite para que mais empreendedores e gestores públicos se juntem a essa causa, promovendo viagens inclusivas para todos. Conheça algumas delas:


Região Norte

• Parque Chico Mendes (Acre): Dispõe de trilhas adaptadas com cordas-guia para pessoas com deficiência visual.


• Balneário da Fazendinha (Macapá): Parte do projeto “Praia Acessível”, disponibiliza cadeiras anfíbias para o acesso à água.


• Museu da Cidade de Manaus (MUMA): Com a ferramenta “Giulia Mãos que Falam”, permite tradução de Libras em áudio e vice-versa, promovendo autonomia para pessoas surdas.


• Teatro Amazonas (Manaus): Oferece roteiro em Libras e tour virtual.


• Praia do Prata (Palmas): Cadeiras anfíbias são disponibilizadas, garantindo banho assistido para pessoas com deficiência.


Região Centro-Oeste

• Memorial JK (Brasília): Dispõe de piso tátil, audiodescrição, braile e banheiros adaptados.


• Planetário de Brasília: Com elevador acessível, sinalização tátil e banheiros adaptados.


• Praça dos Três Poderes (Brasília): Acesso sem degraus e estacionamento reservado para pessoas com deficiência.


• Museu Vivo da Memória Candanga (Brasília): Entrada livre de barreiras, audiodescrição e balcões acessíveis.


Região Nordeste

• Praia de Iracema (Fortaleza): Parte do programa “Praia Acessível”, conta com esteiras, cadeiras anfíbias e suporte para banho de mar.


• Pelourinho (Salvador): Calçadas adaptadas e guias para o público com deficiência visual.


• Instituto Ricardo Brennand (Recife): Possui rampas e infraestrutura que facilitam a circulação de cadeirantes.


• Projeto Tamar (Praia do Forte): Trilhas acessíveis e audioguias para visitantes.


Região Sudeste

Com destinos urbanos e naturais, o Sudeste investe na acessibilidade:

• Parque Ibirapuera (São Paulo): Oferece trilhas adaptadas e guias audiovisuais.


• Museu do Amanhã (Rio de Janeiro): Estrutura completamente acessível com rampas, elevadores e sinalização em braile.


• Aquário de São Paulo: Elevadores e experiências interativas com audiodescrição e Libras.


• Ouro Preto (Minas Gerais): Roteiros acessíveis em algumas igrejas e museus históricos.


Região Sul

• Parque Nacional do Iguaçu (Paraná): Passarelas acessíveis que permitem a visita às cataratas.


• Gramado (Rio Grande do Sul): Hotéis e atrações turísticas adaptados para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.


• Jardim Botânico (Curitiba): Rampas e acessibilidade para visitantes com diferentes tipos de deficiência.


MAIS INCLUSÃO - Reconhecendo a importância da autonomia para as pessoas com deficiência, o Ministério do Turismo oferece cartilhas gratuitas visando a preparação dos prestadores de serviço para melhor atender a pessoa com deficiência, como as cartilhas “Turismo Acessível – Bem Atender no Turismo de Aventura Adaptada; “Turismo Acessível – Introdução a uma viagem de inclusão”; Turismo Acessível – Mapeamento e planejamento – acessibilidade em destinos turísticos”, dentre outros.


Saiba mais AQUI na Plataforma Qualifica Turismo.


GUIA - O Ministério do Turismo conta com Guia que traz dicas de como atender bem turistas com deficiência. A publicação foi produzida em parceria com o Conselho Nacional da Pessoa com Deficiência e com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Nele, o leitor pode entender os conceitos básicos sobre acessibilidade, desenho universal, exemplos de deficiência, capacitismo e dicas de como atender bem este público. Confira AQUI.

 
 
 

Observatório Deficiência
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